A eleição para a presidência da Alerj é só em fevereiro do ano que vem, mas na quarta-feira (11/09), o deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil) recebeu manifestações explícitas de que o plenário irá reconduzi-lo à liderança do parlamento fluminense. E a principal declaração de apoio partiu de Jair Bittencourt (PL), que foi candidato a presidente em 2023, mas no dia da eleição recuou da disputa.
Jair Bittencourt exaltou a legitimidade de Bacellar junto aos 69 parlamentares ao comentar uma reportagem na qual o governador Cláudio Castro (PL), insatisfeito com as convocações de secretários pela CPI da Transparência, teria decidido mudar a liderança do Governo na Alerj e apoiar a candidatura de outro deputado para a presidência da Casa. Os escolhidos de Castro seriam Jorge Felippe Neto (Avante) e Gustavo Tutuca (PP), respectivamente.
"Temos um problema de segurança quase insuperável, uma dívida pendurada por uma liminar e se essa liminar cair, o Estado quebra em quatro meses. Então não é possível que tenha gente no governo querendo criar uma guerra entre Poder Executivo e Assembleia. Não é bom para o parlamento, não é bom para o governo, é muito ruim para o governador", disse Jair Bittencourt, para completar: "O senhor (Bacellar) pavimentou o seu caminho na Assembleia defendendo os interesses dos deputados, defendendo a independência do Poder Legislativo. Se tem um deputado hoje que representa o parlamento é vossa excelência".
Bittencourt disse ainda que Bacellar fica sobrecarregado por resolver problemas que seriam atribuições do governo. A liderança do presidente também foi destacada pelo decano Luiz Paulo (PSD), que alertou: "um chefe de poder não declara guerra a outro chefe de poder. A constituição diz que os poderes têm que ser independentes e harmônicos entre si. Quem quer guerra está rasgando a constituição".
Deputado de primeiro mandato, Thiago Gagliasso (PL) foi outro a elogiar a postura de Rodrigo Bacellar: "Trata todos de igual para igual. Quero que o senhor continue presidente dessa casa por muito tempo".
Bacellar demonstrou surpresa, especialmente com as declarações do deputado Jair Bittencourt, e reafirmou que é a legitimidade que o mantém no cargo de presidente. "Quando a maioria achar que não estou desempenhando boa gestão administrativa de tocar a casa, podem falar comigo que nem me apresento candidato".
Grato a todos, Rodrigo Bacellar concluiu sua fala fazendo um apelo: "vou cumprir minha missão até 1º de fevereiro de 2025, até lá vamos trabalhar pelo Rio de Janeiro porque o estado precisa muito da gente".