Pelo quarto dia consecutivo comunidade tem operação para demolir condomínio do tráfico

Por causa da ação, pelo menos duas escolas e uma clínica da família suspenderam as atividades

Por Conexão no Ar em 22/08/2024 às 16:44:11
Foto: Divulgação

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A operação para demolir o condomínio Novo Horizonte, erguido pelo tráfico na favela Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, entra em seu quarto dia consecutivo nesta quinta-feira. Estão no local equipes da Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e das polícias Civil e Militar. Por causa da ação, duas escolas da rede estadual, onde estudam 900 alunos, fecharam as portas — desde segunda-feira as unidades não funcionam. De acordo com balanço da Seop, já foram demolidos 147 apartamentos. Os agentes seguem pondo abaixo uma piscina ficava numa cobertura.

Das 15 comunidades que compõem o complexo, as favelas mais afetadas são Parque União, Nova Holanda e Parque Rubens Vaz. Segundo levantamento da ONG Redes da Maré, desde que as operações começaram, 49 escolas da área não funcionaram e, ao todo, cerca de 9 mil alunos ficaram sem aulas. Este ano, estudantes da região ficaram sem aula 25 vezes, o mesmo número de dias de todo 2023, por conta de operações policiais.

De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a comunidade do Parque União vem sendo usada há anos para lavar o dinheiro do tráfico acumulado com a venda de drogas por meio da construção e da abertura de empreendimentos. Os agentes apuram ainda a participação de funcionários de órgãos representativos da comunidade no esquema.

As ações sequenciais no Parque União revelaram uma estratégia da facção criminosa de colocar ao menos uma pessoa em cada unidade habitacional para fingir que são moradores e dificultar as demolições. Na primeira fase da operação, cerca de 90% dos prédios estavam vazios.

Além das escolas, a Clínica da Família (CF) Jeremias Moraes da Silva também fechou as portas no início da manhã desta quinta-feira. Já a CF Diniz Batista dos Santos suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.

Demolição feita à mão

De acordo com a Seop, a demolição está sendo feito à mão por causa da altura dos prédios e a dificuldade para acessar algumas unidades. O trabalho de preparação para utilização das máquinas já está sendo feito, informou a secretaria. A demolição das construções irregulares seguirá nos próximos dias, acrescentou o órgão.

A Seop frisa que os imóveis foram erguidos sem nenhuma autorização da prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. Engenheiros do governo municipal estimam prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.

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