O ministro da Justiça em exercício, Ricardo Cappelli, avaliou nesta quinta-feira que o plano de um possível assassinato de Alexandre de Moraes, revelado pelo próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em entrevista ao jornal O Globo, demonstra a gravidade do ataque contra as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado.
"O que a gente pode dizer é que isso demonstra a gravidade do que estava em curso no Brasil. É gravíssimo e inaceitável sequer cogitarem atentar contra a vida de um ministro da Suprema Corte do Brasil. Isso é inaceitável", ressaltou.
Relator das ações contra os suspeitos de participação nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, o ministro Alexandre de Moraes detalhou que a Polícia Federal investigou três planos contra ele: o primeiro previa que as Forças Especiais prenderiam o ministro e o levariam para Goiânia; o segundo, que ele seria morto e corpo abandonado no caminho para Goiânia; no terceiro, o ministro seria enforcado na praça dos Três Poderes.
Nesta quinta-feira (04), o ministro em exercício participou de um evento para assinatura do protocolo para definir a segurança do ato do dia 8 de janeiro deste ano, junto ao Governo do Distrito Federal. Nesse mesmo evento, Cappelli também ressaltou o papel do STF após os atentados, que considerou fundamental para estabelecer um limite nos pedidos de intervenção militar e tentativa de golpe até então defendidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro - derrotado na tentativa de reeleição em 2022.
"Essa posição do STF que nos dá a tranquilidade de que, jamais, o que aconteceu voltará a acontecer. A postura do STF estabeleceu um limite claro que não pode ser ultrapassado: Manifestação democrática é bem-vinda, mas ataques contra as instituições são inaceitáveis", declarou.