Durante sua passagem em Campos, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), gravou uma entrevista com o jornalista Fabrício Nascimento, do portal Click Campos. Entre os vários temas discutidos, o deputado falou sobre a Alerj, eleições de 2024 e a articulação com a família Bolsonaro.
Com pouco mais de cinco anos na Alerj, Rodrigo Bacellar teve uma ascensão meteórica. Além de ser o presidente de comissões importantes e o relator do processo que acabou no impeachment do ex-governador Wilson Witzel, ele também chegou à presidência da Casa. O presidente da Assembleia falou sobre essa escalada:
"Desde novo eu via meu pai gerenciar um sindicato que abrangia diversos municípios. É uma coisa que vem de berço; você vai aprendendo por osmose a lidar com as pessoas. Quando tomei posse no primeiro mandato, em 2019, eu pude colocar em prática tudo o que aprendi lá atrás, sendo o primeiro a chegar e o último a sair da Assembleia, e até ajudando o presidente da época. Eu consegui conquistar o que conquistei com muito sacrifício e posicionamento. É sobre se apresentar nas horas difíceis, ir para o enfrentamento quando muitos querem conforto, ter um lado e se posicionar. Esse meu lado chamou a atenção dos meus pares e também do governador", contou Rodrigo.
Um lado bastante elogiado do deputado estadual também é sua capacidade de dialogar. Ao ser perguntado sobre isso, Rodrigo fez questão de frisar que preza pelo diálogo com todos e despacha os extremos:
"Falam que sou de centro, mas eu prefiro não ter essa leitura. Eu vejo que a política se faz ouvindo todo mundo, com equilíbrio. Quando assumi a Alerj, eu fui categórico com todos os deputados: se vocês querem ser extremistas, discutir Bolsonaro e Lula, direita e esquerda, vocês vão para a rua ou para o púlpito. Aqui dentro, eu quero um ambiente de tranquilidade e boa relação de todo mundo."
Encontro com o clã Bolsonaro
Com uma agenda corrida, é normal ver nas redes sociais do presidente da Alerj registros de encontros com diversos políticos. Nas últimas semanas, os encontros com Jair Bolsonaro e seus filhos Carlos e Flávio chamaram a atenção e agitaram as redes. Rodrigo falou sobre essas reuniões e possíveis articulações:
"A família Bolsonaro como um todo sabe o quanto eu cuido com carinho do espaço dos bolsonaristas na Alerj. Essa aproximação foi uma coisa natural; o Flávio Bolsonaro queria se aproximar mais de mim, ter um contato mais direto. Os encontros foram muito amistosos, surpreendentes até para mim, pois pintam o Jair como um cara mais bruto. Mas comigo, ele me acolheu, falou muito do Rio de Janeiro e demos boas risadas. Ainda ganhei uma medalha. Continuaremos conversando, pois é público e notório a força deles dentro do Rio de Janeiro", explicou.
Eleições
Outro assunto colocado em pauta foram as eleições de 2024. Rodrigo Bacellar, que também é presidente do União Brasil no Estado do Rio, lançou a candidatura da Delegada Madeleine para ser o nome do seu grupo político em sua terra natal. Durante o processo de pré-candidatura de Madeleine, uma aliança chamou a atenção: o PL, que era um partido aliado do União, declarou publicamente apoio à reeleição de Wladimir Garotinho (PP).
O presidente da Alerj não quis polemizar o tema, mas afirmou que isso não significa que a família Bolsonaro e a direita de Campos seguirão esse apoio:
"Eu deixei bem claro, quando entrei com os Bolsonaro: deixem o PL caminhar com o prefeito Wladimir Garotinho, do jeito que foi acordado anteriormente. Eu não puxo o tapete de ninguém, nunca fui assim e não usarei meu prestígio para fazer isso. Mas isso não quer dizer que a família Bolsonaro e a direita de Campos irão caminhar com ele, pois nunca caminharam. Eu duvido que a direita que elegeu o Jair em Campos vai caminhar com Anthony e Rosinha Garotinho. Falo isso com muita tranquilidade", concluiu.