O Ministério da Educação (MEC) — por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entidades vinculadas à Pasta — assinou nesta quinta-feira, 6 de maio, o contrato de gestão para que a Ebserh administre o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade Escola (ME). Com a parceria, a Ebserh passa a administrar 45 unidades hospitalares em todo o País.
"A grande maioria do povo brasileiro precisa do SUS. O que estamos fazendo aqui é retomando o direito à saúde dos brasileiros e garantindo a melhoria do atendimento à população do Rio de Janeiro. Mas o MEC tem uma visão sistêmica. Precisamos olhar para a educação desde a creche até a pós-graduação. Por isso, vamos fazer esse atendimento sem deixar de garantir uma boa formação aos nossos estudantes da UFRJ", afirmou o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana.
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, reforçou que as recentes adesões de hospitais universitários à empresa enfocam a reinserção dessa rede ao SUS, mas sem perder de vista o compromisso dessas unidades com a pesquisa. "Estamos falando da adesão de um complexo, são três hospitais, que têm um papel importantíssimo no desenvolvimento da ciência de ponta no País. A UFRJ é a maior universidade federal do Brasil e queremos retomar seus tempos de ouro como referência na formação em saúde", disse.
O contrato com a estatal vai garantir aos três hospitais da UFRJ 162 novos leitos em até um ano, saltando dos atuais 331 para 493. Haverá leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como cirúrgicos e clínicos, além do aumento da oferta de exames complementares.
Ao todo, o acordo contará com investimento de R$ 326 milhões do governo federal. Desse valor, estão previstos investimentos de R$ 115 milhões — por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — destinados à readequação de espaços físicos e melhoria da infraestrutura.
Outros R$ 211 milhões serão aplicados no primeiro ano de gestão, via Programa Nacional de Qualificação e Ampliação dos Serviços Prestados por Hospitais Universitários Federais Integrantes do Sistema Único de Saúde (PRHOSUS). A finalidade é renovar o parque tecnológico, incluindo aquisição de equipamentos médicos e computadores.
A assinatura de contrato prevê a admissão de 764 profissionais concursados no primeiro ano de gestão, além do incentivo à pesquisa, com 45 novas bolsas do Programa de Iniciação Científica (PIC) e do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT), ambos da Rede Ebserh. A renovação tecnológica passará pela implantação do AGHU (sistema de gestão para hospitais universitários utilizado na Rede Ebserh) e de licença de software de aplicativo para todos os trabalhadores.
Segundo Chioro, o foco inicial das atividades é a recuperação de serviços essenciais para a população, como a oferta de leitos de UTI. "Para isso, estamos fazendo um esforço para realização de novos contratos de alimentação, nutrição, rouparia, higiene, por exemplo, além da abertura imediata de pregões para aquisição de 2 mil itens de medicamentos e insumos", explicou.
Na visão do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, esses investimentos trarão uma mudança radical nas unidades hospitalares da universidade. "Um hospital que já teve 450 leitos e que por vezes chegou a operar com 150 nos leva a refletir: quantas pessoas deixaram de ser atendidas ali e morreram? Essa é a dívida que temos com a saúde da população, vamos pagá-la em dobro, ampliando o número de leitos, cirurgias, atendimentos especializados nos ambulatórios e, com isso, oferecer a assistência que a população do Rio de Janeiro merece", celebrou.
Plano de transição – Já nos primeiros 100 dias de gestão, a Ebserh propõe a ampliação de 36 novos leitos, sendo: 14 de UTI Adulta; 8 de UTI Coronariana; 2 de UTI Pediátrica; e 12 cirúrgicos.
A Ebserh também prevê, nos primeiros 100 dias, entre outras metas:
Ampliar a capacidade diagnóstica e terapêutica, aumentando a oferta de anatomia patológica para diagnóstico do câncer, dobrando a capacidade da hemodinâmica com a instalação de angiógrafo e expandindo a oferta de tomografia e ultrassonografia.
Fortalecer o serviço de doenças raras.
Fortalecer o pré-natal de pacientes de alto risco, que passam por cirurgia bariátrica, bem como o pré-natal do homem trans.
Adquirir 760 computadores e implantar o sistema AGHU.