MPRJ prende PMs por vender armas e drogas apreendidas em operações e que atuavam em Belford Roxo

Denúncia da Operação Patrinus revela que policiais também cobravam taxas semanais de comerciantes de Belford Roxo em troca de segurança

Por Conexão no Ar em 14/05/2024 às 08:59:27
Foto: Reprodução

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar prenderam nesta terça-feira (14/05), na Operação Patrinus, 13 PMs acusados de organização criminosa, corrupção passiva e peculato. A denúncia aceita pela Justiça revela que o grupo vendia armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Os agentes saíram para cumprir, no total, 14 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.

Os promotores descobriram que os PMs também cobravam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e de mototaxistas e exigiam taxas semanais de comerciantes em troca de "proteção". Esses lojistas eram chamados de padrinhos pelo grupo — daí o nome da operação, no latim patrinus.

O MPRJ afirma ainda que os policiais recuperavam carros roubados e retiravam algumas peças antes de registrar as ocorrências nas delegacias. Pneus, rodas e baterias eram vendidos pelos 14 denunciados, segundo a investigação da 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Criminal, que teve auxílio da 1ª Promotoria de Justiça junto às Varas Criminais de Belford Roxo.

O principal alvo da Operação Patrinus, também preso nesta terça, é o cabo Júlio Cesar Ferreira do Santos, réu pelo assassinato de 2 jovens em dezembro de 2020.

A abordagem foi flagrada por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que as vítimas caem de moto após um disparo de fuzil. Os corpos de Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos, foram encontrados numa região controlada pela milícia, em Belford Roxo.

O cabo Júlio Cesar e o soldado Jorge Luiz Custódio da Costa chegaram a ser presos na época do crime, mas respondem pelos homicídios em liberdade. A investigação mostrou que os 2 PMs tinham ligações com milicianos. O processo está em fase de alegações finais.

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