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Combate ao Crime

Prender Zinho no Rio não resolve segurança pública, diz Cappelli

Secretário do Ministério da Justiça afirma que envio de forças nacionais ao Estado tem ajudado a asfixiar organizações criminosas


Foto: Sandro Avellar

A prisão do miliciano Zinho, conhecido como "inimigo número um do estado", é um avanço significativo, mas não resolve todas as questões da segurança pública do Rio de Janeiro. Quem afirma é o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli. Luis Antônio da Silva Braga, chefe da maior milícia do RJ, foi preso neste domingo (24), véspera de Natal, após tratativas entre sua defesa e as autoridades.

— A prisão do Zinho é muito importante, claro. Mas a situação da segurança pública não se resolve com a prisão de um ou de outro. Ela é enfrentada a partir de ações estruturantes. Então, por exemplo, a gente está atuando no Rio de Janeiro agora e tudo isso tem conexão com o que está acontecendo — explica Cappelli em entrevista ao jornal O Globo.

Para ele, as ações conjuntas estabelecidas entre os governos federal e estadual a partir do envio das Forças Nacionais ao Rio — em outubro deste ano — têm contribuído para o resultado de asfixia das organizações criminosas.

— A asfixia continua, porque não é aceitável você ter organizações criminosas dominando territórios. Então, a prisão do Zinho não arrefece, pelo contrário, ela só demonstra que estamos no caminho certo. Estamos em conjunto com as Forças Armadas, atuando nos portos e nos aeroportos, fechando o cerco aos canais por onde circulam armas e drogas. A gente está com homens da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, são mais de 550 homens. Também praticamente dobramos a capacidade investigativa da Polícia Federal no estado. Então, tudo isso é um somatório – afirmou.

Zinho foi preso seis dias após uma operação que teve como alvo a deputada estadual Lucinha (PSD), depois das investigações apontarem ligações entre os dois. Após a ação, deflagrada pela PF, a defesa do miliciano iniciou tratativas para entregá-lo às autoridades. Durante os cumprimentos de mandados de busca e apreensão em endereços ligados à parlamentar, foram apreendidos documentos e telefones.

Para Cappelli, os fatos não são isolados e deixam claro a existência de "conexões evidentes" e de "aproximações sucessivas".

— Uma milícia como essa não se estabelece no Rio de Janeiro, dominando quase um terço do território da cidade, sem conexões poderosas. Então, o Zinho tem muito a dizer. E a gente espera que ele fale. Fica claro (com as operações recentes) que é um processo com conexões evidentes, de aproximações sucessivas — avalia Cappeli, que completa:

— A Polícia Federal foi se aproximando, se aproximando, e fica claro que Zinho optou por não correr o risco de ter o mesmo destino de seu sobrinho e de seu próprio irmão, o Ecko. Quando um cidadão como esse, um miliciano como esse, sabe que se tem muita informação sobre ele, percebe que a vida dele começa a correr risco. Até pelo receio de ser assassinado pelos próprios comparsas.

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