As chuvas causaram prejuízos e afetaram a vida de cerca de 230 mil pessoas no estado do Rio de Janeiro em um período de 30 dias. Além das nove mortes ocorridas no estado, 21 unidades de saúde foram atingidas por temporais em diversos municípios, com perda de medicamentos e afetando o atendimento à população. As informações constam de levantamento feito pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) sobre as chuvas no período de 5 de fevereiro a 6 de março, divulgado pela pasta nesta sexta-feira (15).
O trabalho é baseado em dados incluídos na plataforma 'Vigiadesastres' desenvolvida pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SES-RJ, que reúne informações sobre desastres e danos causados por eventos climáticos nos 92 municípios fluminenses. "Este é o primeiro verão em que a secretaria conta com o auxílio da plataforma", diz a instituição.
O monitoramento dos sistemas de saúde locais, feito com a Vigidesastres, permite que a secretaria reúna informações para tomar decisões com mais rapidez e precisão. Para minimizar os impactos à população, as cidades mais atingidas pelos temporais recebem da SES-RJ desde hipoclorito de sódio para potabilização de água para consumo humano, até milhares de comprimidos e frascos de medicamentos, como antibióticos e analgésicos, além de insumos como luvas, cateteres, máscaras, seringas, agulhas, ataduras e soro.
Vinte e três cidades impactadas
De acordo com técnicos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Estado de Saúde, 23 municípios foram impactados em 36 eventos no período analisado, a maioria relacionados a chuvas intensas e enxurradas. As regiões mais atingidas foram: Centro Sul (com 7 municípios afetados), Metropolitana l (5), Médio Paraíba (4), Noroeste (3), Serrana (2), Norte (1) e Baía da Ilha Grande (1).
Entre os municípios atingidos estão: Barra do Piraí (com 3 ocorrências), Engenheiro Paulo de Frontin (3), Teresópolis (2), Resende (2), Vassouras (2), Japeri (2), Nova Iguaçu (2) e Magé (2). Com um evento estiveram: Bom Jesus do Itabapoana, Areal, Barra Mansa, Angra dos Reis, Porciúncula, Rio Claro, Miguel Pereira, Paracambi, Queimados, Três Rios, Mendes, Rio de Janeiro, Varre-Sai, Macaé e Macuco.
Doenças
A superintendente de Emergências em Saúde Pública, Silvia Carvalho, alertou para o aumento no número de casos de doenças de veiculação hídrica, que são as transmitidas por água e lama contaminadas. A preocupação é recorrente, disse ela. "São inúmeros os microrganismos que podem provocar adoecimento. Eles se manifestam diretamente através de doenças como leptospirose e doenças diarreicas, entre outras, e indiretamente, como a dengue, que se torna uma preocupação ainda maior devido ao cenário epidêmico. São doenças sérias que, sem o manejo clínico adequado e no tempo oportuno, podem causar internações e óbitos."
De acordo com técnicos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, de 5 de fevereiro a 6 de março, 23 municípios sofreram impactos em 36 eventos climáticos, a maioria relacionados a chuvas intensas e enxurradas. As regiões mais atingidas foram: centro-sul (com 7 municípios afetados), metropolitana (5), Médio Paraíba (4), noroeste (3), serrana (2), norte (1) e Baía da Ilha Grande (1).