Operação da PF mira quadrilha especializada no tráfico de animais

Operação acontece no Rio e no Rio e em outras quatro cidades da Região Metropolitana

Por Conexão no Ar em 12/03/2024 às 09:05:32
Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (12), uma operação para desarticular uma quadrilha especializada na captura, receptação e tráfico de animais silvestres no Rio, e em outras quatro cidades da Região Metropolitana. Chamada de Defaunação, a ação é realizada por cerca de 100 agentes da PF, com apoio da Corregedoria da PM e do Corpo de Bombeiros. Até o momento, um bombeiro da ativa apontado como líder do esquema foi preso. Outros dois mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão devem ser cumpridos.

Segundo a PF, os integrantes da organização criminosa falsificava documentos e selos públicos do Ibama e também do Inea para camuflar a prática. O grupo criminoso seria liderado por um militar dos bombeiros e composto por caçadores, receptadores, traficantes de animais e também servidores dos órgãos públicos de fiscalização.

Os investigadores da PF identificaram que a quadrilha realizava o cadastramento falso dos animais traficados no Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre, o SISFAUNA, e no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros, o SISPASS – ambos geridos pelo IBAMA –, com o intuito de dificultar o controle e fiscalização dos órgãos ambientais.

De acordo com a PF, os animais sofriam uma série de maus-tratos por parte da quadrilha e eram vendidos por valores que variavam de R$ 20 mil a R$ 120 mil, que dependia diretamente da espécie e se esses bichos viriam com a documentação falsa. Até o momento, os agentes apuraram a venda de mais de 120 macacos-prego, entre eles o macaco-prego-de-crista, que está ameaçado de extinção.

Uma centena de outros animais como araras, pássaros, cervos, iguanas e papagaios foram capturados pelos criminosos em menos de um ano. Com a prática, a quadrilha teria conseguido lucrar cerca de R$ 2,4 milhões. O total, porém, pode chegar à R$ 14,4 milhões, segundo os agentes. Os valores vinham sendo ocultados em contas jurídicas de empresas no nome dos integrantes e também de terceiros.

Os mandados expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Niterói/RJ, serão cumpridos nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. Os envolvidos responderão, dentre outros crimes, por organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Se somadas, as penas podem alcançar de 46 a 58 anos de prisão.
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