Manifestação convocada por Bolsonaro agita a política nacional

A manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, convocada por Jair Bolsonaro (PL) para o próximo dia 25 agita aliados políticos e adversários do ex-presidente desde a noite de segunda-feira (12), quando ele foi às redes sociais chamar os apoiadores para o protesto. O pedido de Bolsonaro ocorre quatro dias após a operação da Polícia Federal (PF) que o atingiu e a ministros de seu governo, como Braga Netto e Augusto Heleno. O grupo é investigado por tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito.

Nas redes sociais, um dos principais aliados do político, o advogado Fabio Wajngarten, escreveu que a manifestação reunirá meio milhão de apoiadores na avenida Paulista. A publicação de Bolsonaro anunciando o protesto repercutiu também entre os deputados federais Mario Frias (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-DF) — também investigada pela Polícia Federal, ela avisou que também ocorrerão manifestações bolsonaristas em Washington, Flórida e Nova Iorque, nos Estados Unidos, e em Barcelona, na Espanha.

Em contrapartida, a convocação também provocou críticas de parlamentares governistas. O líder do PT na Câmara dos Deputados, o mineiro Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a manifestação demonstra o desespero de Bolsonaro. "Agora que está desvelada a trama golpista colocada em curso pelo inelegível, ele busca convocar uma manifestação pedindo que seus seguidores não levem cartazes agredindo instituições do Estado Brasileiro. Bateu o desespero. Tudo o que fez nos bastidores está às claras e tenta, de novo, posar de bom moço, enganado seus apoiadores", escreveu no X. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também criticou o ex-presidente: "A desfaçatez faz o criminoso convocar ato para a Paulista. É mais uma ameaça ao país. Considerando o histórico, é muito grave. Tenta mobilizar cúmplices para desafiar a Justiça e arregimentar sua milícia para a baderna no Brasil", publicou.